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Indústria química vê luz no fim do túnel


10/04/2025


indústria química quer sair do vermelho. Os números de 2024 foram fracos. A balança comercial fechou em – US$ 48,7 bi e alta capacidade ociosa nas plantas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).


Em março, o setor produtivo celebrou o Projeto de Lei que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), protocolado na Câmara dos Deputados. A matéria pretende alavancar o segmento por meio de estímulos fiscais inteligentes, a partir da adoção de processos de baixo carbono no ecossistema produtivo.


O presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, acredita que o Brasil tem uma janela importante de oportunidades para atrair um montante expressivo de investimentos na descarbonização e se tornar líder mundial na transição energética. “Essa nova lei contribuirá para a redução do déficit registrado pela indústria química. Isso será revertido em uma importante fonte de arrecadação e agregação de valor ao país com o uso racional dos recursos naturais”, defende.


Além de atrair mais investimentos para a economia de baixo carbono, o Presiq espera que a indústria volte a operar em plena carga, ocupando 95% da capacidade produtiva atual. Segundo a proposta, isso significaria um impacto sobre o valor da produção dos químicos de uso industrial, gerando um efeito direto, indireto e de renda no PIB de R$ 112,1 bilhões até 2029. Essa alta na produção promoveria uma elevação de quase 81 mil novos postos de trabalho diretos, podendo chegar a 1,7 milhão de novos trabalhadores diretos e indiretos. Atualmente, de acordo com a Abiquim, o setor emprega mais de 2 milhões de brasileiros.


O PL 892/2025, de autoria do deputado Afonso Motta (PDT-RS), sugere a estrutura em dois blocos, sendo o primeiro para usufruir de créditos financeiros para aquisição de insumos e matérias-primas menos poluentes, como o gás natural, e, o segundo, na modalidade investimento, que pode ser revertido em créditos financeiros de até 3% do valor aplicado, voltado às centrais petroquímicas e às indústrias químicas que se comprometem em ampliar a capacidade instalada. Ao todo, são previstos créditos financeiros de até R$ 4 bilhões para empresas habilitadas na modalidade industrial e de até R$ 1 bilhão na modalidade investimento, a partir de 2027.


Passos explica que a arrecadação total do setor poderia alcançar mais de R$ 65,5 bilhões, incluindo o efeito renda, que é o impacto positivo na economia de forma mais ampla, em tributos, consumo e investimentos. “O Presiq é a medida estruturante que o setor tanto busca nos últimos anos. Apesar de termos a 6ª


maior indústria química do mundo, as empresas têm operado com 36% da capacidade ociosa, existe uma avalanche de produtos importados entrando no Brasil e nossa matriz energética é uma das mais caras. Esse plano pode salvar o setor”, argumenta.


COP 30


O Presiq surge no ano em que o Brasil sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). Os envolvidos no Programa defendem que as duas agendas estão substancialmente interligadas, ao incentivar a descarbonização do setor industrial, a adoção de tecnologias sustentáveis e a economia de baixo carbono. Por meio do estímulo à inovação, eficiência energética e uso de matérias-primas renováveis, o programa fortalece a competitividade global da indústria brasileira e prepara o setor para atender às exigências ambientais dos mercados internacionais.


“Essa agenda é uma prioridade para o segmento. Ao integrar os incentivos fiscais e as políticas públicas voltadas à transição da indústria, o programa reforça o nosso compromisso com a redução das emissões e com soluções para os desafios climáticos”, completa o Presidente-executivo da Abiquim.


Fonte : monitormercantil



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